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sábado, 3 de novembro de 2007

Suicídio e Tentativa de suicídio na Adolescência!


Conceituando suicídio usei as definições do Centro de Prevenção do Suicídio do National Institute of Mental Health:

Suicídio: Inclui todas as mortes resultante de um ato auto-infligido intencionalmente.
Tentativa de suicídio: inclui aquelas situações em que o indivíduo efetuou um ato que, real ou aparentemente, ameaçou sua vida mas não resultou em morte.

Tanto o psiquiatra como os demais profissionais de saúde mental deparam-se diariamente com os problemas de suicídio e tentativa de suicídio. Os dados da literatura comprovam que o suicídio é a segunda causa de morte na adolescência, suplantada somente por acidentes e homicídios. Deve-se considerar que muitos dos acidentes e homicídios são também suicídios encobertos ( Genovese Filho-1986)
A maioria dos trabalhos revisados aponta uma considerável incidência de tentativas na adolescência e no adulto jovem. Numa tentativa de suicídio ocorre uma combinação de duas tendências opostas, uma de autodestruição e o desejo de que os outros manifestem preocupação com eles, de modo que eles não querem nem morrer nem viver, mas ambas as coisas, em proporções variáveis ( Stenguel, 1970).
Muitos dos que tentam o suicídio expressam, na verdade, o desejo de melhorar sua situação de vida.
Vários aspectos nos dão conta da intencionalidade do ato suicida como: o conhecimento prévio dos efeitos do ato, o estar sozinho ou acompanhado, o pedir ajuda após o ato, o acidentar-se frequentemente, ocupações que tenham um risco maior de acidentes, o método utilizado, perdas afetivas, o sexo, a idade, religião e grau de instrução... aspectos observados em vários trabalhos estudados. Qualquer gesto suicida é um pedido de ajuda, e assim deve ser encarado. É preferível, nestes casos, errar por excesso do que por omissão, pois a morte não tem terapêutica. A identificação e tratamento apropriados, devido à grande mortalidade e morbidade que este problema causa na adolescência, deveriam ser uma preocupação de cada profissional que cuida de pacientes jovens.
O não questionamento deste problema pelos agentes de saúde, ao se depararem com esta urgência médica, pela dificuldade em lidar com os da morte, os leva a um comportamento às vezes superficial e agressivo, que melhor manejado, poderia mudar o rumo desta vida, com um entendimento mais profundo do significado deste ato. Através dos achados para esta exposição, ficou evidenciada a importância das características demográficas, pessoais, familiares e sociais para o estudo dos fatores de risco de tentativa de suicídio e suicídio. Deparei-me com visões sociológicas, biológicas e psicológicas, cada uma mostrando um lado da questão, percebendo-se as limitações da abordagem somente por um prisma. Resolvi não restringir a um único modo de observar, mas ampliar evidenciando a importância dos aspectos biopsicossociais no que se refere à tentativa de suicídio e suicídio.
O meu objetivo é abordar o tema de uma visão global sem seguir uma teoria, para que os profissionais de saúde, possam de forma mais científica e objetiva, manejar esta situação de grande risco para o paciente.
(Adaptação do texto científico de Adonay Genovese Filho- Porto Alegre, por Jane Sabino)